CURSO ANTIFASCISMO E ANTIRRACISMO
Curso encerrado, assista as aulas em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL6Uu1ciicDuPGbpbwckOBIf51zj2sKZG3
5 encontros: Quintas-feiras, de 23 de Julho a 20 de Agosto, das 19h30 às 21h
As aulas serão ministradas no canal do YouTube da Revista Movimento: https://www.youtube.com/c/RevistaMovimentoTV
OBJETIVOS DO CURSO
- Compreender o fenômeno do fascismo dentro da formação sócio-histórica do mundo moderno e do capitalismo contemporâneo e suas implicações (raças, nacionalismos, imperialismos etc);
- Compreender, na complexidade do processo histórico, de diferentes sujeitos de diferentes territórios, as diversas manifestações de luta antifascistas e antirracistas do século XX;
- Caracterizar as expressões do fascismo e das políticas de raça no atual estágio neoliberal, buscando responder: qual a política antifascista e antirracista que devemos adotar para o nosso tempo?
CRONOGRAMA
23/07 – 19h30 – Aula 1 – Modernidade, raça e nacionalismo: a formação sócio-histórica do Fascismo
Ementa: A revolucionária comunista alemã Clara Zetkin define o fascismo como “a expressão concentrada da ofensiva geral empreendida pela burguesia mundial contra o proletariado”. Partindo dessa definição, em nosso primeiro encontro, pretendemos revisitar o processo político de formação sócio-histórico do fascismo e suas diferentes experiências de poder no mundo. A origem do fascismo como reação de classe da burguesia está inserido como causa-efeito da II Guerra Mundial, como resposta aos ecos da revolução russa de 1917 e em uma conjuntura de formação dos estados modernos, de concepções nacionalistas e de reconstrução do sistema após o auge e a crise do colonialismo — tendo, portanto, raça como estrutural para pensar esse fenômeno. Sua expressão emerge em um momento de crise estrutural do capitalismo, reconfigurando na contemporaneidade suas características de identidade, nação e racismo.
30/07 – 19h30 – Aula 2 – Psicologia de massas do Fascismo: passado, presente e futuro?
Ementa: As frustrações, as derrotas, as traições e ilusões podem pavimentar o caminho, assim como no passado, para experiências fascistas como a dos séculos XX. Nós marxistas tomamos a ideologia dominante na sociedade como a ideologia das classes burguesas, assim como sabemos que a psicologia das massas e suas subjetividades estão inseridas no espírito de uma época, ou seja, na realidade concreta política, econômica, cultural e sociais do presente analisado. As clivagens são importantes para compreendermos a hipótese revisitada de uma psicologia de massas do fascismo, que serve de ferramenta de análise não só do passado, mas principalmente do presente e do futuro.
06/08 – 19h30 – Aula 3 – “Façamos dois, três, muitos Vietnãs”: solidariedade antimperialista, luta por direitos e revolução no século XX
Ementa: A frase de Che Guevara exemplifica um conflito que serviu de inspiração para o conjunto dos explorados e oprimidos de todo o mundo, que por décadas enfrentou e ainda enfrenta a hostilidade imperialista em suas mais diversas expressões. Um momento de crises, guerras e revoluções emerge com a derrota do fascismo na II Guerra e se estende à periferia do capitalismo, alimentando processos como a Revolução Chinesa, a Guerra da Coréia, a expansão do socialismo burocrático para o leste europeu, os diversos processos revolucionários de descolonização do continente africano e a Revolução Cubana. O pacto entre a burocracia soviética e os EUA começa a ser questionado por dentro de suas zonas de influência, com processos de levante social na Alemanha Oriental, Hungria e Checoslováquia e as revoltas por direitos civis nos EUA dirigidas pelo movimento negro, LGBT e feminista — emergidos em uma conjuntura de questionamento da política imperialista da maior economia do mundo no Vietnã e inspirando e sendo inspirado a nível internacional por diversos processos de luta política. Em países como Brasil, Argentina, México, Alemanha Ocidental e principalmente na França o movimento estudantil se fortalece como protagonista na luta contra o capitalismo, a opressão e todo entulho fascista.
Esses setores sociais seriam hoje os sujeitos capazes de tensionar a correlação de forças neste Estado burguês em que vivemos marcadamente com aspirações neofascistas?
13/08 – 19h30 – Aula 4 – A Revolução dos Cravos e a luta anti-colonial africana
Ementa: A Revolução dos Cravos pôs abaixo as décadas da brutal ditadura salazarista em Portugal. Com a ruína do carcomido e decadente edifício colonial português, com seu imperialismo auxiliar, o processo de descolonização e independência nacional das colônias portuguesas na África pode desenvolver-se ainda mais e se combinar de forma desigual e combinada em uma totalidade concreta. Em nosso quarto encontro pretendemos reforçar a importante luta negra contra os estados coloniais mergulhados nas políticas estruturais de raça, de super exploração econômica e genocídio sócio-cultural fascista e racista. Apesar do contexto de bipolaridade da guerra fria, do limite político das direções e da conjuntura, a revolução dos Cravos e os processos revolucionários nas antigas colônias portuguesas inserem-se no painel de uma verdadeira Revolução Permanente.
20/08 – 19h30 – Aula 5 – Desafios da luta antifascista e antirracista no Brasil hoje
Ementa: O Brasil é um dos epicentros do mundo da crise sanitária causada pelo vírus Covid-19. Frente a essa pandemia, aprofunda-se a crise econômica, política e a grande desigualdade social nacional. A receita bolsonarista para superar essa convergência de crises é menos democracia e mais ameaças, negociatas, corte de direitos, racismo e muita fake news. Emergem nessa conjuntura novas formas de organização e luta, como as(os) trabalhadoras(es) da saúde e os entregadores antifascistas em mobilização por maior valorização e ampliação de direitos, as torcidas antifascistas em defesa da democracia e as organizações e levantes negros na sua diversidade de território e mobilização pelo globo por vidas negras importam. Nesse último encontro, pretendemos debater a necessidade de derrotar Bolsonaro, da luta pela democracia e da ofensiva dos de baixo para que o povo trabalhador, pobre e negro não siga pagando a conta da pandemia, nem sendo alvo de violência policial; afinal, citando o camarada Galo, entregador e militante antifascista, “para além da pandemia, para os trabalhadores, existe o pandemônio”.