CURSO ROSA LUXEMBURGO
150 anos de Rosa Luxemburgo: Pensamento e Ação
Curso encerrado, assista as aulas em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL6Uu1ciicDuPGzolznBk-dqNsb9S2ul7V
7 aulas: Aos Sábados, de 13 de Março a 24 de Abril de 2021. Aula inaugural no dia 13/03 às 14h, o restante às 15h.
INTRODUÇÃO
No dia 5 de março é o aniversário de 150 anos do nascimento de Rosa Luxemburgo, uma das mais destacadas mulheres revolucionárias da história. Polonesa, judia, pessoa com deficiência (PCD), mulher. Ela enfrentou tudo isso e aos 26 anos mudou-se para a Alemanha, indo militar naquele que era o maior partido de esquerda do mundo. Lá tornou-se uma teórica e uma dirigente política de primeira grandeza. Foi assassinada juntamente com Karl Liebknecht durante a revolução alemã, que acabou derrotada, dando passagem ao nazismo.
Seu legado segue atual e é de grande utilidade para os debates que a esquerda necessita fazer para enfrentamento da extrema direita e também para a superação de um modelo de esquerda que fracassou.
Por tudo isso a Escola Marx solicitou à nossa colaboradora Luciana Genro que preparasse um curso proporcionando um panorama da vida e da obra desta mulher excepcional. Advogada, fundadora e dirigente do PSOL e deputada estadual, Luciana tem se dedicado a estudar a obra de Rosa e junto com outros colaboradores e colaboradoras vai partilhar com todos e todas um pouco da obra desta revolucionária, das polêmicas nas quais ela se envolveu e as lutas que travou.
Para a aula inaugural teremos nada menos do que uma palestra de Michael Lowy. Michael Löwy é um militante revolucionário, marxista, brasileiro radicado na França, onde trabalha como diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique. É um relevante estudioso do marxismo, com pesquisas sobre as obras de Karl Marx, Leon Trótski, Rosa Luxemburgo, Georg Lukács. É militante da IV Internacional e colaborador do PSOL.
CRONOGRAMA
13/03 – 14h – Aula 1 – A atualidade de Rosa Luxemburgo, com Michael Lowy
20/03 – 15h – Aula 2 – Panorama geral da vida e obra de Rosa Luxemburgo, com Luciana Genro
27/03 – 15h – Aula 3 – Rosa e o reformismo
Ementa: No início do século XX a força da social-democracia alemã era gigantesca. O Partido da Social-Democracia Alemã (SPD) além de ter uma expressiva presença no parlamento nacional e regional com centenas de parlamentares, também dirigiu e organizou importantes instrumentos da classe, como os sindicatos, editoras, jornais, associações políticas e culturais, etc. A expressividade do partido demonstra o tamanho da coragem de Rosa em enfrentar a sua direção burocrática que vinha transformando o partido em instrumento de contenção das mobilizações revolucionárias. Aos 28 anos escreveu “Reforma ou Revolução?”, obra de embate com Eduard Bernstein, o ideólogo do revisionismo que se fortalecia no seio da social-democracia alemã, e que também a consagrou como liderança da esquerda do SPD. Nesta aula, vamos revisitar estes embates para aprofundar a compreensão de Rosa sobre o reformismo e quais lições esse processo nos trouxe.
Bibliografia recomendada: Livro “Reforma ou Revolução?” e “Folheto Junius: A crise da Social -Democracia”.
03/04 – 15h – Aula 4 – Rosa e o partido
Ementa: A questão do partido é, por vezes, utilizada para demonstrar que Rosa Luxemburgo tinha uma teoria da revolução oposta à dos Bolcheviques, especialmente de Lênin. Um dos motivos da polêmica foi o texto escrito por Luxemburgo em julho de 1904, “Questões de organização da social democracia russa”, em resposta ao livro escrito por Lênin no mesmo ano, “Um passo em frente, dois passos atrás”. A discussão gira em torno de duas questões fundamentais: 1) organização centralista do partido; 2) relação do partido com as massas.
Nesta aula, buscaremos compreender a polêmica à luz do contexto político da revolução alemã e da revolução russa na época.
Bibliografia recomendada: Luxemburgo, R. Questões de organização da social democracia russa; Lênin. Um passo em frente, dois passos atrás.
10/04 – 15h – Aula 5 – Rosa e a Revolução Russa
Ementa: A Revolução Russa é o principal acontecimento histórico na luta de classes internacional. Inúmeros revolucionários debruçaram-se e seguem debruçando-se sobre ela. Rosa Luxemburgo, da prisão, escreve sua análise sobre os acontecimentos de 1917, e o desenrolar deles, simultaneamente ao processo. A aula Rosa e a Revolução Russa pretende contextualizar esse período histórico, e a experiência de Rosa frente a ele, buscando compreender as razões que a levam ao mesmo tempo que defende fervorosamente a Revolução Russa, tecer críticas às decisões dos Bolcheviques, bem como, que críticas seriam essas. Vamos desenvolver a partir dessa perspectiva quais tarefas estavam colocadas após a revolução Russa para os revolucionários alemães e porque, para Rosa, a democracia revolucionária torna-se um tema importante frente à campanha contra os bolcheviques feita pela burguesia e pelo reformismo.
Bibliografia recomendada: A Revolução Russa, Rosa Luxemburgo.
17/04 – 15h – Aula 6 – Rosa e a Revolução Alemã
Ementa: Toda a obra de Rosa Luxemburgo foi cruzada pelas necessidades da revolução alemã. O prognóstico sublinhado originalmente por Karl Marx sobre a revolução socialista, segundo o qual aconteceria em países cujas forças produtivas fossem desenvolvidas e o proletariado contasse com enormes fileiras, não se realizou como esperado. A revolução socialista mais importante do século XX, ao contrário, aconteceu na Rússia semi-feudal, agrária, dominada por uma monarquia secular, onde as forças produtivas eram atrasadas e não havia um proletariado fabril numeroso e organizado. Embora a hipótese de Marx não tenha se provado materialmente, pode-se dizer que a ausência de uma revolução socialista em um país mais desenvolvido impôs condições muito duras ao movimento comunista internacional, interditando novos processos revolucionários ou derrotando aqueles em curso.
A previsão de Marx, porém, esteve prestes a se realizar na Alemanha no começo do século passado, entre 1918 e 1923. Naquela Alemanha encontravam-se as condições objetivas para uma revolução socialista, a saber: economicamente desenvolvida, sendo um dos países mais industrializados da Europa; vultoso e organizado proletariado fabril; presença marcante do Partido Social-Democrata Alemão (SPD) na vida cotidiana do movimento operário. Tal revolução, no entanto, acabou derrotada por uma combinação de fatores, deixando, como disse Isabel Loureiro, marcas indeléveis na esquerda de todo século vinte.
Nesta aula, portanto, queremos abordar as condições que marcaram a derrota da revolução alemã, desde o processo de unificação nacional até a capitulação flagrante da direção do SPD na votação dos créditos de guerra no parlamento. Nisso, em particular, queremos resgatar o papel destacado de Rosa Luxemburgo como intelectual e dirigente do partido, que liderou a ala radical e empenhou todos os seus esforços para que a revolução alemã acontecesse e contagiasse o mundo.
Bibliografia recomendada: Rosa Luxemburgo: O que quer a Liga Spartakus; Congresso de fundação do KPD; A ordem reina em Berlim.
24/04 – 15h – Aula 7 – Rosa e a luta das mulheres
Ementa: Rosa Luxemburgo foi uma mulher muito à frente do seu tempo. Mulher, polonesa, judia, comunista, pessoa com deficiência, enfrentou enormes adversidades para se afirmar no contexto da socialdemocracia alemã. Foi uma dirigente destacada entre os revolucionários alemães e polemizou com os grandes dirigentes da época. Não atuou diretamente no movimento de mulheres, mas escreveu sobre a luta por igualdade e deixou contribuições que são muito úteis para a luta feminista atual. Na aula Rosa e a Luta das Mulheres analisaremos que contribuições são essas, buscando compreender a defesa de Rosa de um movimento para as mulheres trabalhadoras independente do movimento das mulheres burguesas, ao mesmo tempo que considerava possível que houvesse pautas universais. A partir da perspectiva da autora, relacionaremos o papel das mulheres com o trabalho produtivo e improdutivo. Ainda veremos a relação de Rosa Luxemburgo com Clara Zetkin, a dirigente do trabalho de mulheres da social-democracia alemã.
Bibliografia recomendada: Rosa Luxemburgo: Direito de voto das mulheres e luta de classe; A Proletária.