Escola Marx

 

CURSO 2 | CAPITALISMO EM CRISE E O MARXISMO NO SÉCULO XXI

Horários: segundas, das 14h às 16h, começa dia 20/04

As aulas serão ministradas no canal do YouTube da Revista Movimento: https://www.youtube.com/c/RevistaMovimentoTV 

Carga horária inicial – 5 aulas

APRESENTAÇÃO DO CURSO

Usando diversas siglas e cifras altíssimas é comum vermos a economia ser tratada como algo restrito aos especialistas. Cabendo a nós engolir o remédio amargo dos ajustes e reformas que nos retiram direitos e salários, afinal, como eles dizem, é preciso cortar de algum lugar para manter as contas em dia, não é mesmo? O fato é que a crise sanitária que vivemos se somou à crise econômica mundial aberta em 2008, e em disputa estão as saídas para essa grave situação e quem vai pagar a fatura. Dessa forma, nos parece que se torna urgente retomar o estudo da economia marxista, suas lições e apontamentos para o futuro, já que Marx é responsável por uma das maiores e mais relevantes obras econômicas sobre o capitalismo.

Aula I – Radiografia da Sociedade Capitalista: conceitos básicos do marxismo
Em tempos de um capitalismo em crise, onde a acumulação de riqueza está cada vez mais concentrada e a pobreza cada vez mais socializada, vamos, nessa primeira aula do curso, desenvolver os conceitos chaves para a compreensão da forma de produção capitalista e entender o por que ocorrem crises no capitalismo, são eles: mercadoria, valor, força de trabalho, mais valia, a tendência decrescente da taxa de lucro, infraestrutura e superestrutura, classes sociais e as contradições do modo de produção capitalista.

Aula II – Apropriação da natureza e formas de acumulação capitalista
O objetivo geral desta aula é introduzir os participantes no debate clássico da economia política, a partir da leitura que envolva a temática da acumulação originária do capital e sua permanência no mundo atual. Pretende-se também fazer um aprofundamento na discussão propondo uma aterrissagem em abordagens latino-americanas. E por final serão introduzidos alguns debates contemporâneos, desde a atualização do tema via a noção de acumulação por espoliação até passar pela discussão urbana, feminista.

Aula III – A divisão sexual do trabalho: trabalho produtivo versus trabalho reprodutivo

O compreensão da divisão sexual do trabalho, e sua superação, é uma das questões mais importantes para o feminismo marxista. Em via de regra, considera-se que existe uma divisão do trabalho em dois tipos: o produtivo e o reprodutivo. O trabalho produtivo refere-se àquele que resulta em serviços e em bens que têm valor de troca sob a lógica de reprodução capitalista. Já o trabalho reprodutivo (não raramente denominado também como trabalho improdutivo) refere-se às tarefas relacionadas ao cuidado e a reprodução e manutenção da vida, como os afazeres domésticos, a responsabilidade de criar os filhos ou cuidar dos idosos. Sob o capitalismo, designa-se que tais funções são quase que exclusivamente trabalho das mulheres – e dentre as mulheres, comumente, essa responsabilidade recai sobre as mulheres racializadas. Segundo essa lógica, o trabalho dos homens produz valor e o das mulheres aparentemente não. Assim, naturaliza-se a divisão sexual (e racial) do trabalho e se fundamenta a desigualdade de gênero em nossa sociedade. Nesta aula, buscaremos compreender as teorias que buscam problematizar essa realidade e, feminizando nosso marxismo, apontar para a superação radical da economia capitalista. 

Aula IV – Crise orgânica e a Teoria do desenvolvimento desigual e combinado
O capitalismo nunca foi tão mundializado como agora, e vive desde 2008 sua pior e mais profunda crise recente, em que as suas contradições se agudizaram bastante. A dinâmica mundial da economia é explicada pela teoria do desenvolvimento desigual e combinado. E o Estado como superestrutura direta dos ditames do Capital, merece aqui ser desenvolvido como conceito que permite avançar no desenvolvimento da ideia de crise orgânica.

Aula V – O capitalismo global e sua crise: elementos para um novo programa

A sessão tem como objetivo promover uma análise crítica da globalização capitalista, analisando as transformações, ocorridas nas últimas décadas, na produção, nas classes sociais e no Estado-nação. Desse modo, pretende-se refletir a dinâmica do desenvolvimento capitalista global contemporâneo, suas contradições e consequências para as relações de classe globais, sublinhando, entre outras, as seguintes questões: 1) como enquadrar teoricamente a globalização capitalista contemporânea e sua crise?; 2) quais são seus impactos sociais e como se distribuem geograficamente ou, em outras palavras, de que modo as diferentes sociedades humanas vivem a experiência da globalização capitalista?; 3) como estabelecer relações entre tendências homogeneizantes, por um lado, e fragmentárias, por outro, para a classe trabalhadora e as massas populares decorrentes da transnacionalização da economia?; e 4) que tipo de orientação estratégica e programática os socialistas devem adotar diante da crise do capitalismo global?