Escola Marx

 

CURSO LUTA LGBTI+ E MARXISMO

 

Curso encerrado, assista as aulas em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL6Uu1ciicDuO38_hWFjQJfk3UykKvmnEE

 

5 encontros: Quartas-feiras, de 19 de Agosto a 16 de Setembro. Primeira aula (19/08) às 18h30 e demais às 19h.

As aulas serão ministradas no canal do YouTube da Revista Movimento: https://www.youtube.com/c/RevistaMovimentoTV

 

OBJETIVOS DO CURSO

Muito se debate sobre o papel que as LGBTI+ ocupam no capitalismo. O chamado neoliberalismo progressista é caracterizado pela inserção pelo consumo de uma parcela dos oprimidos, que servem como base de sustentação para a cooptação do debate de identidade de gênero, de orientação sexual e de transformação social, sem que haja uma mudança estrutural na condição da maioria das LGBTI+. Exemplos não faltam: campanhas publicitárias no mês de Junho por empresas que são reconhecidamente LGBTfóbicas, produtos voltados para o público LGBTI+, e a utilização do discurso da inclusão LGBTI+ para mascarar políticas genocidas.

Até mesmo dentro da esquerda há divergências sobre o caráter estrutural da LGBTfobia e suas raízes históricas. Neste curso, vamos debater a LGBTfobia a partir da perspectiva marxista, que é fundamental para compreender como essa opressão se deu historicamente, quais os seus impactos na nossa sociedade, como é possível derrotá-la, e qual o papel que as LGBTI+ ocupam como sujeitos sociais da revolução.

 

CRONOGRAMA 

19/08 – 18h30 – Aula 1 História do Movimento LGBTI+ e sua relação com os movimentos sociais e o movimento socialista

Ementa: Nossa aula inaugural pretende abordar de forma introdutória a história do Movimento LGBTI+ no Brasil e no mundo, bem como a relação da luta das pessoas LGBTI+ no seio dos movimentos sociais em geral, e no movimento socialista em especial. As LGBTI+ e as revoluções no Século XX: avanços e retrocessos.

 

26/08 – 19h – Aula 2 – Família, propriedade privada, estado e LGBTfobia

Ementa: Nesta aula iremos abordar o processo histórico da formação da instituição familiar, as primeiras formas de organização social, os arranjos familiares no período pré-capitalista e transição para família patriarcal e heteronormativa como uma necessidade para reprodução social do capitalismo, a instituição da propriedade privada e consequentemente a imposição de uma moral sexual. A origem da família e seus desdobramentos nos diferentes períodos do capitalismo, a influencia dos movimentos LGBTI e o fenômeno da homo e bissexualidade entre a geração dos mais jovens.

 

02/09 – 19h – Aula 3 – Trabalho de reprodução social

Ementa: Essa aula abordará a teoria da reprodução social da força de trabalho a partir das elaborações das feministas marxistas, onde a manutenção da heterocisnormatividade é imposta pela lógica de reforço das funções esteriotipadas e papéis de genêro e famílias, dessa forma conectando com os debates de gênero e sexualidade pautados pela opressão LGBTI+.

 

09/09 – 19h – Aula 4 – LGBTI+ e precariado, localizando as LGBTI+ na classe

Ementa: Por muito tempo, os homens brancos operários eram compreendidos como o perfil social da classe trabalhadora. Contudo, a reestruturação produtiva na década de 1970 coloca novos marcos internacionais para a organização da produção e acumulação do capital. O processo de desindustrialização e ao mesmo tempo intensificação da financeirização do capital traz consigo um fenômeno no mundo do trabalho reconfigurando a forma de exploração nas relações trabalhistas e consequentemente uma reconfiguração da classe trabalhadora.

O precariado – aqueles e aquelas que ocupam postos de trabalho mais precários (como entregadores de aplicativos, operadores de telemarketing e trabalhadores do comércio) são em grande parte mulheres, pessoas negras e LGBTI+. Neste terreno, a situação se torna ainda mais desfavorável às pessoas trans, que experimentam uma combinação de violências machistas e transfóbicas que as retiram do mercado formal de trabalho e frequentemente retiram suas opções, para além do trabalho sexual. Mesmo diante desse quadro, uma parte do pensamento marxista brasileiro ainda permanece, no momento contemporâneo, desvalorizando o debate em todos das identidades e tratando-as como uma preocupação “meramente cultural” e como algo que atrapalharia a luta da classe trabalhadora. Como pensar sobre a situação das pessoas LGBTI+ trabalhadoras em termos marxistas? Como pensar a conexão entre o marxismo e as questões da diversidade sexual e de gênero? Qual lugar das pessoas LGBTI+ no mundo do trabalho? Essas são algumas questões que refletiremos nesta aula.

 

16/09 – 19h – Aula 5 – LGBTI+ como sujeito social da revolução

Ementa: LGBTI+ como sujeito social da revolução. Esta aula abordará a centralidade da luta LGBTI+ na transformação radical da sociedade capitalista para um outro modelo de organização política e econômica. Enquanto sujeitos marginalizados, estando entre os segmentos mais explorados da classe trabalhadora, as LGBTI+ também representam o potencial revolucionário para a mudança de regime. Demonstraremos como as lutas pontuais dos sujeitos LGBTI+ podem e devem dialogar com a luta geral pelo socialismo.