Escola Marx

 

CURSO LIVRE | SAÚDE E MARXISMO

Curso encerrado, assista as aulas em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL6Uu1ciicDuPGbpbwckOBIf51zj2sKZG3

 

4 módulos: 08/06, 22/06, 06/07 e 13/07, sempre às 20h

As aulas serão ministradas no canal do YouTube da Revista Movimento: https://www.youtube.com/c/RevistaMovimentoTV

 

APRESENTAÇÃO DO CURSO

O modelo de organização social reflexo do modo de produção capitalista determina o perfil de adoecimento da sociedade. Isso significa dizer que as doenças que enfrentamos e a forma com que os diferentes grupos sociais se impactam por elas têm ligação direta com o arranjo estrutural de organização do trabalho e das condições de vida das pessoas. A pandemia COVID-19 escancara uma crise política internacional de grandes proporções, principalmente porque o caráter intimidador da pandemia não se deve necessariamente ao potencial patogênico do vírus, mas ao estado precarizado dos sistemas públicos de saúde no Brasil e no mundo. O desfinanciamento dos sistemas a partir de medidas de austeridade e cortes de direitos sociais, e os incentivos ao desenvolvimento do setor privado em saúde promovidos pelas últimas décadas de governos neoliberais, revelam uma dificuldade concreta de contingenciamento de epidemias.

O curso “Saúde e Marxismo” tem por objetivo incentivar a formação crítica de trabalhadores do Sistema Único de Saúde e de outras áreas, a partir de uma perspectiva marxista avançarmos para a construção de um programa de transição em defesa da classe trabalhadora.

 

CRONOGRAMA 

08/06 – 20h – Módulo 1 Salvando o SUS: ainda é possível apostar no Estado?

Palestrantes:

Leonardo Carnut – Cedess/UNIFESP – São Paulo

Vivi Reis – Fisioterapeuta – Belém/Pará

Mediadora:

Luana Alves – Psicóloga sanitarista – SP

Ementa: O regime político é central na constituição do Estado Capitalista, pois garante reacomodação do novo padrão de acumulação, amplia o abismo social entre as classes e blinda gradualmente a democracia oferecendo cenários de regimes de pouca legitimidade. A partir da pergunta a ser respondida nesse primeiro módulo do curso de que seria possível apostar no Estado e na via institucional para salvar o SUS, pretendemos entender e discutir os limites do Estado Burguês na construção do sistema único de saúde que seja de fato 100% público, universal, integral e equânime.

Bibliografia

CARNUT, Leonardo; MENDES, Áquilas. Estado, golpe e regime político: o dilema institucionalismo versus historicização na saúde. IZQUIERDAS (SANTIAGO), 2020. Disponível em: <http://www.niepmarx.blog.br/MM2019/Trabalhos%20aprovados/MC8/MC84.pdf>

 

22/06 – 20h – Módulo 2 – Como enfrentar o Coronavírus numa perspectiva marxista?

Palestrantes:

Áquilas Mendes – PUC/SP e FSP/USP – São Paulo

Eduardo Braga – Enfermeiro – Rio de Janeiro

Mediadora:

Luana Alves – Psicóloga sanitarista – SP

Ementa: “A natureza da pandemia de Covid-19 não pode ser entendida sem considerar o capitalismo em sua configuração atual. Uma pandemia nessa escala escancara e superintensifica os diversos problemas já existentes do capitalismo. De forma mais estrutural, expõe-se a contradição: defender lucros ou salvar vidas?” (Mendes & Carnut)

As ações dos governos, especialmente de Bolsonaro tem consistido em reforçar uma saída para a crise sanitária que significa mais privilégios aos setores que historicamente dominam a política e a economia no Brasil e no mundo.

Nesse módulo vamos retomar o debate sobre a crise capitalista numa perspectiva teórica marxista, elencando a tendência de financeirização do capital no centro das relações de econômicas e sociais. Depois o papel do Estado como essencial para as relações capitalistas de produção para que possamos compreender o perfil do Estado Brasileiro. Por fim, vamos discutir o subfinanciamento da saúde e a crescente apropriação privada das políticas públicas de saúde, com a adoção de ferramentas como o gerencialismo na administração pública direta reforçando a lógica do desempenho no trabalho em saúde.

Bibliografia

MENDES, Áquilas; CARNUT, Leonardo. Lucro ou vidas? Coronavírus e o voto de Minerva. Revista Movimento, São Paulo, p. 1 – 8, 06 abr. 2020. Disponível em: <https://movimentorevista.com.br/2020/04/lucro-ou-vidas-coronavirus-e-o-voto-de-minerva/>

MENDES, Áquilas; CARNUT, Leonardo. Capitalismo contemporâneo em crise e sua forma política: o subfinanciamento e o gerencialismo na saúde pública brasileira. Saúde e Sociedade, v. 27, p. 1105-1119, 2018. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-12902018000401105&lng=pt&nrm=iso>

 

06/07 – 20h – Módulo 3 – O que fazer na luta socialista pela saúde?

Palestrantes:

Áquilas Mendes – PUC/SP e FSP/USP

Leonardo Carnut – Cedess/UNIFESP

Natália Pecin – Residente do Programa de Saúde Coletiva da FMUSP/SP

Mediadora:

Luana Alves – Psicóloga sanitarista – SP

Ementa: Já vimos que a atual crise econômica, política, ambiental e sanitária é uma decorrência direta do capitalismo como forma de organização social e de vida, que tem forçado o sistema a desenvolver novas formas de dominação, como também novas forças anticapitalistas, aqui evidenciamos o papel das mulheres e o avanço do movimento negro, assim também vamos discutir o papel fundamental dos profissionais da saúde que hoje estão na linha de frente do combate ao Covid-19, onde os aspectos de raça e gênero se expressam com bastante força, bem como as condições de trabalho cada vez mais críticas nos serviços de saúde e sua relação com a reprodução social.

Esses setores sociais seriam hoje os sujeitos capazes de tensionar a correlação de forças neste Estado burguês em que vivemos marcadamente com aspirações neofascistas?

Bibliografia

MARINHO, Heloana; GONÇALVEZ, Natália. Trabalho em Saúde no Brasil: quem está por trás das máscaras?. Revista Movimento, São Paulo, 21 abr. 2020. Disponível em: <https://movimentorevista.com.br/2020/05/trabalho-em-saude -no-brasil-quem-esta-por-tras-das-mascaras/>

MENDES, Áquilas; CARNUT, Leonardo. Neofascismo, Estado e a crise do capital: o Brasil de Bolsonaro e a demolição do direito à saúde. XXV Encontro Nacional de Economia Política. Sociedade Brasileira de Economia Política, 2020. Disponível em: <https://enep.sep.org.br/uploads/717_1583791189_Artigo_SEP_com_autoria_pdf_ide.pdf>

Bibliografia complementar

MARCELINO, Giovana. Capitalismo, reprodução social e uma agenda feminista para a crise. Revista Movimento, São Paulo, 19 abr. 2020. Disponível em: <https://movimentorevista.com.br/2020/05/capitalismo-reproducao-social-e-uma-agenda-feminista-para-a-crise/>

 

13/07 – 20h – Módulo 4 – Os sujeitos da transformação social do nosso tempo. Debate com lideranças do movimento de saúde (em breve mais informações).